Somente em 2011 desperdício com preparativos para a Copa do Mundo no Brasil em 2014 chegou a R$ 776 Milhões


  
Copa 2014
Asirregularidades em projetos, licitações e convênios com ONGs paraa organização da Copa do Mundo no Brasil em 2014 contabilizaramsomente no ano de 2011 um prejuízo de mais de R$ 776 milhões aopaís. Este valor envolve recursos dos governos federal, estaduais emunicipais que foram consumidos em obras que foram projetadas, masnem chegaram a sair do papel.


OEstado de Mato Grosso lidera a lista dos pouco atentos com os cofresestatais. Em uma só obra, uma linha de VLT (Veículo Leve sobreTrilhos), o dinheiro mal empenhado foi de R$ 700 milhões. É que aobra de mobilidade urbana original planejada para Cuiabá, uma dassedes da Copa, eram dois corredores exclusivos de ônibus (BRT - BusRapid Transit).

Era este o empreendimento planejado peloEstado e previsto na Matriz de Responsabilidades da Copa, assinada emjaneiro de 2010 pelo Ministério do Esporte e Estados e cidades-sedesdo Mundial de 2014.

A escolha do modal aconteceu após aencomenda de estudos técnicos e teve a aprovação unânime deespecialistas em transporte público de três universidades (USP,UFRJ e UFMT). Os políticos de Mato Grosso, porém, manobraram paraque o projeto fosse substituído pela linha de VLT, elevando oscustos para R$ 1,2 bilhão, R$ 700 milhões a mais do que o projetooriginal.

Em outro episódio no mesmo Estado, em novembro, ogoverno cancelou o contrato da obra de um teleférico na Chapada dosGuimarães, no valor de R$ 6 milhões, que estava sendo construídodentro do planejamento do Estado para a Copa do Mundo de 2014 (e comos recursos destinados a este fim) como equipamento que fomentaria oturismo na região. O equipamento seria construído a 67 quilômetrosda capital Cuiabá, sede da Copa.

O contrato assinado em 2009com a empresa Zucchetto Máquinas e Equipamentos Industriais, queconstruiria o teleférico, não sobreviveu a uma auditoria interna doPoder Executivo de Mato Grosso. A empresa, porém, já havia recebidoR$ 600 mil do governo matogressense, e não irá devolvê-los aoscofres públicos. À Procuradoria Geral do Estado do Mato Grosso,cabe ingressar na Justiça para reaver os recursos.

Fialmente,ainda no pantanal, em novembro, um imbróglio envolvendo uma comprafrustrada por parte do governo de Mato Grosso de dez veículos LandRover equipados com radares móveis fez com que os cofres públicosdo Estado sofressem um prejuízo de R$ 2,2 milhões.

Oscarros, comprados junto a uma empresa brasileira que representa umafábrica russa, tinham um custo total de R$ 14 milhões, e foramadquiridos pela Secopa-MT (Secretaria Especial da Copa). Ajustificativa era que eles seriam utilizados no patrulhamento dafronteira matogrossense com a Bolívia para reforçar a segurançabrasileira durante o Mundial de futebol, em 2014. O negócio foifechado em julho deste ano. Cada veículo sairia por R$ 1,4milhão.

A aquisição, porém, de acordo com o TCE-MT(Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso) e com o MinistérioPúblico do Estado, foi feita com uma série de irregularidades, acomeçar por uma compra sem licitação injustificável, feita juntoa uma empresa "constituída às pressas" e "semnenhuma experiência comprovada", conforme descreve o relatóriodo TCE-MT sobre o caso.


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